terça-feira, 30 de abril de 2013

Jorge Fazenda Lourenço vence Prémio Jorge de Sena 2012


O Prémio Jorge de Sena 2012,  instituído em 2010 pelo Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias da Universidade de Lisboa, distinguiu Jorge Fazenda Lourenço pela obra Matéria Cúmplice. Cinco Aberturas e um Prelúdio para Jorge de Sena, publicada no ano passado pela Guimarães, chancela da Babel, anunciou hoje a editora.

O júri, composto por Margarida Braga Neves, que presidiu, Maria Isabel Rocheta e Ernesto Rodrigues referiu que «Além de dois ensaios sobre a recepção de Jorge de Sena nos anos quarenta e sobre Sinais de Fogo como romance de aprendizagem, o júri relevou a presença dos tópicos da Guerra Civil espanhola, do exílio e da diáspora em três densos trabalhos que iluminam outras tantas facetas da criação seniana».

 

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Alberto Caeiro

Foto: António Peixoto

E há poetas que são artistas
E trabalham nos seus versos
Como um carpinteiro nas tábuas!...

Que triste não saber florir!
Ter que pôr verso sobre verso, como quem constrói um muro
E ver se está bem, e tirar se não está!...

Quando a única casa artística é a Terra toda
Que varia e está sempre boa e é sempre a mesma.

Penso nisto, não como quem pensa, mas como quem não pensa,
E olho para as flores e sorrio...
Não sei se elas me compreendem
Nem se eu as compreendo a elas,
Mas sei que a verdade está nelas e em mim
E na nossa comum divindade
De nos deixarmos ir e viver pela Terra
E levar ao colo pelas Estações contentes
E deixar que o vento cante para adormecermos,
E não termos sonhos no nosso sono.

in O Guardador de Rebanhos, XXXVI

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Killswitch Engage ao vivo no LKA-Longhorn, Estugarda, 09/04/2013



 Foto: Claudia Rose

Casa cheia em Estugarda para assistir ao concerto de promoção de Disarm the Descent e ao regresso de Jesse Leach à banda. Os norte-americanos Killswitch Engage encontram-se em tour europeia com o apoio dos Sylosis e Heartist, que se encarregaram de abrir o concerto. O único motivo pelo qual se consegue justificar uma banda tão banal e genérica como os Heartist a abrir para os colossos de Massachusetts só pode ser explicado por pertencerem à RoadRunner Records, editora que aproveitou para promover o seu catálogo Primavera/Verão com um quinteto que mistura a electrónica/dub step com o techno dos Scooter, as vozes Katy Perry/berros do metalcore e os resquícios do moribundo deathcore genérico moderno.

Findos os 25 minutos iniciais de agonia, os britânicos Sylosis subiram ao palco para debitarem o seu metal técnico e promover o seu recente disco Monolith, sacando os primeiros verdadeiros aplausos da noite. Por volta das 22h00, o sample de Without a Name anunciou a entrada dos Killswitch Engage em palco e, assim que os músicos se instalaram, The Hell in Me responsabilizou-se pela primeira injecção de adrenalina no LKA. Profissionais e verdadeiros entertainers, os bem-dispostos membros da banda prosseguiram com A Bid Farewell e Fixation on the Darkness, de Alive or Just Breathing, arrancando sincronização perfeita com um público jovem que sabia de cor e salteado as letras da obra-prima de Adam Dutkiwewicz e companhia.

Seguiu-se a interpretação de Disarm the Descent sob a forma de New Awakening, momento a partir do qual se pôde observar o quão bem a banda executa os novos temas ao vivo, assim como a confirmação da eficiência e dedicação de Jesse Leach: regressou para ficar, sem margem para dúvidas; ainda que com maior dificuldade em cantar os temas como The End of Heartache (este já em encore) e Arms of Sorrow, que foram gravados com o anterior vocalista Howard Jones, Leach portou-se bem e cumpriu com tudo o que lhe é exigido. 

No entanto, e isto é um facto, Leach e a banda sentem-se verdadeiros peixes na água quando interpretam o material mais antigo: Numbered Days e Self Revolution ecoaram pelas paredes do antigo armazém de Estugarda - convertido hoje num agradável e espaçoso espaço para concertos -, numa determinação e emoção quase indescritíveis para quem acompanha a banda desde os seus primeiros passos, onde eu me incluo. Pela altura em que os riffs de guitarra de Rose of Sharyn se ouviram na sala, já há muito que os presentes cantavam as letras de todos os discos com enorme à vontade e alegria, alegria esta aliada ao êxtase prolongados até ao encore final, onde a banda tocou My Curse, a já referida The End of Heartache e muito provavelmente o tema mais aguardado da noite: My Last Serenade.

Em jeito de analogia ao mundo do desporto, os Killswitch Engage venceram sem espinhas e sem contestação, (pre)enchendo os corações de todos com aquele sentimento de que podiam ter tocado mais este e aquele tema; convém porém referir que a banda interpretou 16 temas e ainda estreou No End in Sight nesta tour europeia. Sem datas marcadas para Portugal, aguarda-se pelo regresso do quinteto que promoveu, em 2002, Alive or Just Breathing no Paradise Garage. 

 Foto: Claudia Rose

sexta-feira, 19 de abril de 2013

«Stone»: single de avanço do novo disco dos Alice in Chains


Stone, single de avanço do próximo disco dos Alice in Chains The Devil Puto Dinosaurs Here, que tem data de saída prevista para 28 de Maio, está já disponível para consulta no You Tube:






quinta-feira, 18 de abril de 2013

Killswitch Engage «Disarm the Descent»



Poucos pensariam que a banda conseguiria superar a partida de Jesse Leach, em 2002, pois as expectativas eram elevadíssimas e Alive or Just Breathing estava a dar os primeiros passos rumo à conquista do mundo, mas a verdade é que Howard Jones não só cimentou o nome da banda, como a colocou na elite do metal moderno.

Fazendo o balanço, ficam três discos no currículo do ex-Blood Has Been Shed, um registo vocal notável e a saudade, no entanto Disarm the Descent assinala o regresso do filho pródigo nas vozes: Jesse Leach, que regressou em 2012.  Depois de se ter interessado numa carreira profissional de bartender e ter passado por momentos de grande turbulência pessoal e espiritual, Leach juntou-se em 2010 com Adam Dutkiewicz para gravar The Hymn of a Broken Man com os Times of Grace – suponho que o projecto tenha terminado -, uma espécie de rampa de preparação para o sexto disco dos Killswitch Engage da actualidade: muita melodia, bons solos de guitarra, letras diversificadas centradas no positivismo e um som mais polido.

Killswitch Engage II (2009) revelou-se um desapontamento quer para o ouvinte, quer para a própria banda, que segundo o que me foi permitido averiguar, respeitou a vontade do anterior vocalista e apresentou um disco mais melancólico e sombrio - o único na carreira do quinteto de Massachusetts -, cambaleando sobre um mar de problemas pessoais e falta de alento que culminaram com a sua saída; o disco não foi mau, no entanto ficou a sensação de desperdício de talento por parte de todos os elementos, aliada a uma produção deficiente. De qualquer das formas, Disarm the Descent foi produzido novamente pelo guitarrista Adam Dutkiewicz.

Disarm the Descent é um disco muito agradável de princípio ao fim, recheado de bons solos heavy metal, blast beats ocasionais, refrões orelhudos e melódicos, acompanhados por bons berros energéticos e vozes limpas, como manda a tradição. Jesse Leach é actualmente um dos mais versáteis e monstruosos vocalistas do metal, tal é o alcance e versatilidade da sua voz, explorando as transições rápidas entre o agressivo e o limpo/melódico, acompanhado em segundo plano pela habitual voz de Adam Dutkiewicz. No geral, os temas exploram o já referido positivismo e o carácter do ser humano, a vontade de triunfar e a paixão de viver com determinação, aconteça o que acontecer – neste aspecto, continuam a ser uma das bandas mais empolgantes de todos os tempos.

In Due Time, The Hell in Me, No End in Sight, Beyond the Flames  e a quasi-balada Always são os temas que destacaria e que espelham a intensidade de um disco que assinala a passagem de testemunho entre vocalistas. Disarm the Descent bebe um pouco de Times of Grace e do passado da banda, adequando-se aos tempos modernos sem defraudar ninguém e capaz de cativar novos ouvintes.

8/10

domingo, 7 de abril de 2013

«Os Tenenbaums - Uma Comédia Genial»




Depois de terem trabalhado juntos no argumento de Roda Livre, Wes Anderson e Owen Wilson escreveram esta paródia de filme. Os Tenenbaums – Uma Comédia Genial retracta as peripécias e tragédias da família de Royal Tenenbaum (Gene Hackman), um advogado que volta para junto da sua família ao fim de anos de ausência. Esta família de jovens talentos compreende o genial jovem investidor Chas (Ben Stiller), o tenista campeão Richie (Luke Wilson) e a dramaturga Margot (Gwyneth Paltrow), filha adoptada.

Tendo-se afastado dos filhos e da esposa Etheline, Royal regressa para ver sua mulher a ter um caso com Henry Sherman (Danny Glover), acendendo-se algum fogo da paixão que alimentou o casal no passado. Para obter o respeito e carinho da família, Royal finge ter um cancro terminal e pede para ser acolhido pelos seus para que o tratamento faça melhor efeito, mas o esquema corre mal quando descobrem que o patriarca se alimenta de fast food e os comprimidos que este toma são, na realidade, tic tacs. Entretanto, o romancista e amigo chegado da família Tenenbaum, Eli Cash (Owen Wilson), disputa Margot com o seu melhor amigo e irmão desta, Richie. 

Esta película segue a acção habitual nos filmes de Wes Anderson, através de boas doses de humor inteligente, seco e sério, melancolia, corações partidos e alguns problemas emocionais; o elenco contribui de sobremaneira para que a experiência da família Tenenbaum da Nova Iorque dos anos 70 seja ainda mais hilariante e ao mesmo tempo delicada. No fundo, ver uma família algo disfuncional e distante reatar os velhos laços de sangue – mesmo que isso implique fazer de conta que se tem uma doença terminal -, é algo verdadeiramente imoral… mas Anderson e Wilson conseguiram transmutar essa maldade em boa disposição.

A comédia estreou por cá no auge da carreira de Ben Stiller – Zoolander, Doidos por Mary, Um Sogro do Pior -, mas devido à narrativa de inclinação indie, o resultado final não foi o espero. No entanto é uma pena, pois o filme é bestial.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

«Django Libertado» adaptado à BD


Django Libertado, um dos grandes sucessos cinematográficos do ano trasacto, terá adaptação ao mundo da banda-desenhada. Esta adaptação do filme protagonizado por Jamie Foxx, Leonardo DiCaprio e Christoph Waltz estará a cargo de Rajko Milošević Guéra, artista que já trabalhou com Quentin Tarantino na revista Playboy norte-americana.

A obra será editada pela DC Comics, terá 120 a 160 páginas  e deverá estar concluída no final deste ano.