quinta-feira, 18 de abril de 2013

Killswitch Engage «Disarm the Descent»



Poucos pensariam que a banda conseguiria superar a partida de Jesse Leach, em 2002, pois as expectativas eram elevadíssimas e Alive or Just Breathing estava a dar os primeiros passos rumo à conquista do mundo, mas a verdade é que Howard Jones não só cimentou o nome da banda, como a colocou na elite do metal moderno.

Fazendo o balanço, ficam três discos no currículo do ex-Blood Has Been Shed, um registo vocal notável e a saudade, no entanto Disarm the Descent assinala o regresso do filho pródigo nas vozes: Jesse Leach, que regressou em 2012.  Depois de se ter interessado numa carreira profissional de bartender e ter passado por momentos de grande turbulência pessoal e espiritual, Leach juntou-se em 2010 com Adam Dutkiewicz para gravar The Hymn of a Broken Man com os Times of Grace – suponho que o projecto tenha terminado -, uma espécie de rampa de preparação para o sexto disco dos Killswitch Engage da actualidade: muita melodia, bons solos de guitarra, letras diversificadas centradas no positivismo e um som mais polido.

Killswitch Engage II (2009) revelou-se um desapontamento quer para o ouvinte, quer para a própria banda, que segundo o que me foi permitido averiguar, respeitou a vontade do anterior vocalista e apresentou um disco mais melancólico e sombrio - o único na carreira do quinteto de Massachusetts -, cambaleando sobre um mar de problemas pessoais e falta de alento que culminaram com a sua saída; o disco não foi mau, no entanto ficou a sensação de desperdício de talento por parte de todos os elementos, aliada a uma produção deficiente. De qualquer das formas, Disarm the Descent foi produzido novamente pelo guitarrista Adam Dutkiewicz.

Disarm the Descent é um disco muito agradável de princípio ao fim, recheado de bons solos heavy metal, blast beats ocasionais, refrões orelhudos e melódicos, acompanhados por bons berros energéticos e vozes limpas, como manda a tradição. Jesse Leach é actualmente um dos mais versáteis e monstruosos vocalistas do metal, tal é o alcance e versatilidade da sua voz, explorando as transições rápidas entre o agressivo e o limpo/melódico, acompanhado em segundo plano pela habitual voz de Adam Dutkiewicz. No geral, os temas exploram o já referido positivismo e o carácter do ser humano, a vontade de triunfar e a paixão de viver com determinação, aconteça o que acontecer – neste aspecto, continuam a ser uma das bandas mais empolgantes de todos os tempos.

In Due Time, The Hell in Me, No End in Sight, Beyond the Flames  e a quasi-balada Always são os temas que destacaria e que espelham a intensidade de um disco que assinala a passagem de testemunho entre vocalistas. Disarm the Descent bebe um pouco de Times of Grace e do passado da banda, adequando-se aos tempos modernos sem defraudar ninguém e capaz de cativar novos ouvintes.

8/10

Sem comentários:

Enviar um comentário