Fotografia: Ricardo Almeida
O final de Janeiro assinalou o regresso
de uma das bandas mais originais e intensas que a Suécia criou nos últimos 15
anos. Praticantes de uma sonoridade vanguardista que vagueia algures pelo
post-rock e o sludge atmosférico, os Cult of Luna tinham estado por cá em 2005
e 2007, altura em que se encontravam a promover os seminais Salvation e Somewhere Along the Highway, respectivamente. Na bagagem trouxeram
consigo a novidade Vertikal,
inspirado no filme Metropolis de Fritz
Lang, um disco ligeiramente diferente do habitual, mas com o cunho pessoal do
grupo.
Por motivos pessoais, não foi
possível assistir à primeira parte do concerto que esteve ao encargo de HHY.
Por volta das 22h00, num ambiente escuro e intimista, o conjunto liderado por
Johannes Persson, já sem Klas Rydberg na voz, entrou em palco ao som hipnotizante
de The One e I: The Weapon, dois temas do novo disco que resultaram de forma excelente,
assim como todo este novo disco. De facto, em disco são uma das maravilhas que
a vida tem para nos dar, mas é sobretudo em palco que a sonoridade desta banda
toca profundamente na mente e coração. O concerto prosseguiu a marcha e
aumentou a temperatura da sala 2 do Hard Club com a percussão brutal de Ghost Trail e a beleza melancólica de Finland, dois temas bem conhecidos e muito
aguardados por parte da plateia.
Seguiram-se os trinta minutos introspectivos
de Mute Departure a Vicarious Redemption, depois o regresso
a Kingdom Eternal através do tema Owlwood, e novamente lá fomos nós para Vertikal. O material antigo destes
suecos é tão bom e diversificado que ficamos sempre com uma ligeira sensação de
que “podiam ter tocado este e aquele tema”, - e teria sido grandioso ouvir Leave Me Here, Waiting For You
ou Dim, entre tantos outros - mas verdade
seja dita, a tripla final Passing Through
/ Disharmonia / In Awe Of encheu as medidas de quem se deslocou ao Porto e
convenceu os mais cépticos em relação à direcção ligeiramente menos melódica e
mais mecânica do novo disco.
Por último, há que referir que a
qualidade do som na sala esteve simplesmente divinal: as vozes, ainda que
gritadas durante quase todo o concerto, foram audíveis o tempo todo, sem sobreposição
da distorção maciça do baixo e das três guitarras, e os dois bateristas puderam
explorar os seus instrumentos sem causar dores de ouvidos ao público. Esperemos
que os Cult of Luna regressem num futuro muito, muito próximo.
Espero que a Amplificasom os traga a Joane, mas é! Haha
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