Adaptado a partir de uma peça de
teatro de David Lindsay-Abaire, vencedora do Pullitzer, Rabbit Hole é um drama realizado
por John Cameron Mitchell que lida com o sofrimento que um jovem casal enfrente
após perder o filho de 4 anos num acidente á porta de sua casa.
Becca (Nicole Kidman) e Howie
(Aaron Eckhart) tentam aprender a lidar o melhor possível com a morte da sua
criança, e fazem-no de diferentes maneiras. Se por um lado Becca pretende mudar
de casa e tentar afastar-se de tudo o que lhe possa lembrar do filho, Howie
prefere conservar os brinquedos e as restantes memórias físicas do seu menino. Entretanto,
e frustrado pela ausência de vida sexual, Howie equaciona trair Becca com uma
mulher que ambos conhecem de um grupo de terapia para pais que estão a tentar
ultrapassar a morte dos filhos, e Becca por sua vez contacta com o jovem que
acidentalmente tirou a vida ao seu filho.
É assim de forma extremamente
delicada que Rabbit Hole conquista o espectador, fruto de situações e reacções
inesperadas. Becca foi a personagem que mais e melhor me convenceu neste drama,
pela sua aparente calma e controlo camuflada e o desejo de perdoar o acidente a
um jovem de 18 anos que para não atropelar um cão, tira a vida a uma criança.
Nicole Kidman continua a provar que os tempos da menina bonita que contracenava
com Tom Cruise já lá vão há muito; de facto, a actriz assinalou bons papéis em
As Horas e Dogville – entre muitos outros - e é uma pena que seja mais
recordada por Moullin Rouge.
Rabbit Hole é uma proposta muito interessante em vários aspectos,
dos quais ressalvo a intensidade emocional e o efeito surpresa.
Argumento: John Cameron Mitchell
Realização: David Lindsay-Abaire
Realização: David Lindsay-Abaire
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