domingo, 24 de março de 2013

«Rabbit Hole»



Adaptado a partir de uma peça de teatro de David Lindsay-Abaire, vencedora do Pullitzer, Rabbit Hole é um drama realizado por John Cameron Mitchell que lida com o sofrimento que um jovem casal enfrente após perder o filho de 4 anos num acidente á porta de sua casa.

Becca (Nicole Kidman) e Howie (Aaron Eckhart) tentam aprender a lidar o melhor possível com a morte da sua criança, e fazem-no de diferentes maneiras. Se por um lado Becca pretende mudar de casa e tentar afastar-se de tudo o que lhe possa lembrar do filho, Howie prefere conservar os brinquedos e as restantes memórias físicas do seu menino. Entretanto, e frustrado pela ausência de vida sexual, Howie equaciona trair Becca com uma mulher que ambos conhecem de um grupo de terapia para pais que estão a tentar ultrapassar a morte dos filhos, e Becca por sua vez contacta com o jovem que acidentalmente tirou a vida ao seu filho.

É assim de forma extremamente delicada que Rabbit Hole conquista o espectador, fruto de situações e reacções inesperadas. Becca foi a personagem que mais e melhor me convenceu neste drama, pela sua aparente calma e controlo camuflada e o desejo de perdoar o acidente a um jovem de 18 anos que para não atropelar um cão, tira a vida a uma criança. Nicole Kidman continua a provar que os tempos da menina bonita que contracenava com Tom Cruise já lá vão há muito; de facto, a actriz assinalou bons papéis em As Horas e Dogville – entre muitos outros - e é uma pena que seja mais recordada por Moullin Rouge.

Rabbit Hole é uma proposta muito interessante em vários aspectos, dos quais ressalvo a intensidade emocional e o efeito surpresa.

Argumento: John Cameron Mitchell
Realização: David Lindsay-Abaire

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