Depois
do sucesso de um romance que surpreendeu a maioria da crítica independente, The Contortionist’s Handbook, o texano
Craig Clevenger esteve longe de criar consenso através deste Dermaphoria.
Mantendo
a linha do thriller noir do debut, este
romance de 2005 centra-se em Eric Ashworth, um químico ao bom estilo de
Breaking Bad, que “cozinha” um novo híbrido de LSD e meta anfetamina e que após
ingerir uma boa dose industrial da sua droga, entra em coma e acorda amnésico na
cadeia. Eric não se recorda de muito do seu passado, mas imagens distorcidas e
alguns flashbacks recordam-no de Desiree, uma stripper com quem ele namorou, e
de distribuidores com quem o nosso protagonista fez negócio. Para adensar a
narrativa, há um advogado de defesa, um polícia, Toetag, Manhattan White e
alguns personagens misteriosos que ajudam Eric a recuperar fragmentos do seu
passado.
Escrito
numa prosa original e com descrição visual agradável, Dermaphoria apresenta um mundo completamente noir e em estilo
puzzle onde é quase impossível descobrir quem está a dizer a verdade e a mentira
e se a acção narrada aconteceu de facto ou se não passou de uma alucinação da
personagem; os sentimentos humanos não abundam por estes lados, mais parecendo
o mundo frio e mecânico do futurista Blade
Runner – ainda que o tempo seja o presente.
Apesar
dos bons predicados e do estilo filme noir, Craig Clevenger esteve longe de me convencer com este Dermaphoria; talvez porque as
expectativas eram elevadas, ou porque o romance se torna confuso por variadas
vezes, fico a aguardar por um digno sucessor de The Contortionist’s Handbook.
Nota: esta crítica foi baseada na leitura da obra no seu idioma original, o inglês.
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