Adaptado a partir do romance Le Feu Follet, de Pierre Drieu La
Rochelle, Joachim Trier propõe-nos uma obra de grande valor. Anders, um jovem
norueguês de 34 anos, encontra-se a recuperar numa clínica de desintoxicação
quando no dia 31 e Agosto se vê com 24 horas de liberdade para comparecer numa
entrevista de emprego.
Anders, um jovem bem-sucedido
entre as mulheres e com uma vida social muito activa antes de integrar o centro
de reabilitação, vê-se agora numa situação que o próprio muito provavelmente
não esperaria passar, senão vejamos: a primeira coisa que faz é calçar o velho
par de Vans e ir em direcção aos bosques para se tentar afogar no rio. Gorado o
suicídio, Anders é agora um perfeito estrangeiro na bonita, limpa e sossegada
capital norueguesa – tal como naquele tema que Sting canta sobre ser um inglês
nos Estados Unidos.
Revê os velhos amigos que o
convidam para tomar um café e posteriormente para festas, e a tentação de
voltar ao consumo da droga e álcool é enorme, porém Anders vai resistindo como
pode, adiando com muita força de vontade. O reacender de uma velha paixão será
o verdadeiro teste para o nosso protagonista. A simples menção do seu ex-amor altera
e deprime-o à exaustão, abrindo-lho feridas que o mesmo pensava estarem já
fechadas.
Acontece que este jovem não é tão
forte como pensa ser, e passear no parque, sair com os amigos e conhecer
bonitas raparigas não lhe dão o alento e o bem-estar que ele precisa. O final
do filme, esse, é arrebatador e forte, muito bem trabalhado e realista. Sem
desvendar qualquer tipo de segredo, o primo de Lars von Trier realiza neste Oslo, 31 de Agosto uma visão forte sobre
o drama que é a reinserção social de um toxicodependente.
Para ver e apreciar.
Título original: Oslo, 31. august
Argumento: Joachim Trier, Eskil Vogt, Pierre Drieu La Rochelle
Realização: Joachim Trier
Título original: Oslo, 31. august
Argumento: Joachim Trier, Eskil Vogt, Pierre Drieu La Rochelle
Realização: Joachim Trier
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