Empolgado pela mini-série televisiva, com Keira Knightley no
elenco, enveredei pelo romance que deu origem a tudo. Doutor Jivago foi um livro proibido durante muitos anos na Rússia,
devido a motivos políticos; de facto, Boris Pasternak foi mesmo impedido de se
deslocar a Estocolmo para receber o galardão do Prémio Nobel, mas no resto da
Europa poucos ficaram indiferentes a um livro que começou a ser escrito por
volta de 1910 e acabado em 1956.
Esta obra de carácter histórico retrata não só o período
sangrento das revoluções e convulsões políticas na Rússia do início do século
passado, mas também uma história de amor. Iuri Jivago, a personagem central do
romance, é um médico/poeta que se opõe às guerras civis e ao ascendente do
comunismo no seu país natal, pois ele acredita que esta forma de governo só
pode destruir o seu país. Ao longo de sensivelmente 600 páginas, Iuri Jivago –
mais conhecido pelas terras por onde passa por Dr. Jivago – e a sua família
vão-se desencontrar com frequência, vários dos seus amigos e familiares
morrerão às mãos da máquina soviética e o nosso médico apaixonar-se-á umas
quantas outras.
Nas primeiras páginas do livro são-nos apresentados e
descritos vários personagens, várias famílias, no entanto como são tantos,
tornar-se-á muito difícil mais para a frente do romance saber quem é quem,
visto que muitos dos intervenientes participarem na narrativa com escassez.
Convém reter, no entanto, este triângulo amoroso: Iuri Jivago, Tonia – a sua
esposa - e Larissa, o grande amor de Jivago. Entre um ambiente de decepção e
morte que as grandes revoluções russas causaram, Jivago tem forças para se
dedicar ao amor e aos prazeres da vida.
Doutor Jivago cativou-me
nas primeiras páginas do livro, mas cedo caiu no aborrecimento e
previsibilidade que muitos dos romances clássicos russos sofrem. Apesar de ser
um épico e considerado um dos pilares da literatura do séc. XX, faltaram-lhe
argumentos para me convencerem.
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