quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Nick Hornby «High Fidelity»



Se tivesse de ir para uma ilha deserta e só pudesse levar consigo cinco discos e cinco livros, quais escolheria? O trintão Rob Flemming tem o hábito de estar constantemente a pensar nos cinco mais disto e daquilo. 

Este romance de Nick Hornby, um dos escritores ingleses mais em voga na literatura popular contemporânea, centra-se na vida de um jovem imaturo, com algum azar no jogo da vida amorosa, que começa por nos contar o seu top de separações amorosas mais memoráveis. Nesta lista não inclui Laura, ex-namorada com quem viveu até há bem pouco tempo, embora Rob esteja convencido de que recuperá-la não será uma pêra tão doce como quando a conquistou com o seu setlist de DJ e as compilações de grandes hits e baladas pop. O que leva Laura a pôr fim à relação e iniciar outra com um vizinho é o comportamento infantil e egoísta de Rob, um adulto com problemas de confiança demasiado focado na sua carreira como vendedor de discos e com pouco futuro pela frente.

O estilo de Nick Hornby é simples, directo e muito honesto, centrado nos verdadeiros sentimentos de personagens perfeitamente “reais” que cria, manipulando-as através de situações do dia-a-dia que nos acontecem a todos nós. Sem adensar a narrativa com grandes reviravoltas e adornos bacocos à linguagem jovem, o grande desafio de Hornby neste romance passa por fazer crescer um pouquinho como pessoa a sua personagem principal, creio. 

Por vezes demasiado enraizado na cultura britpop, High iIdelity ficou aquém das expectativas que tinha, obrigando-me a ler certas passagens com maior rapidez, sem contudo defraudar por completo. É um bom romance, apenas, em última instância.
 
Nota: esta crítica foi baseada na leitura da obra no seu idioma original, o inglês. 

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