Depois
do desastre de Valtari, do curto
hiato e da saída do teclista Kjartan Sveinsson, os islandeses Sigur Rós
regressam com novo disco e nova editora – XL Recordings. Kveikur, que em islandês significa “pavio”, assinala uma luz ao
fundo de um túnel que parecia assustadoramente fechado nos dois discos anteriores
do grupo liderado por Jón Þór Birgisson.
Este
sétimo disco retoma os traços que caracterizam desde sempre a banda islandesa -
o dream pop dos 80s e o post-rock com ligeiros traços sombrios aqui e acolá -
misturados agora com uns toques de electrónica menos disfarçada e um cheirinho
a synth-pop retro. Kveikur retoma o
brilho e o factor épico de () e Ágætis byrjun - sem necessariamente
atingir os dez minutos por tema dessa fase da banda – em temas de pura
inspiração, como é o caso de Ísjaki e Rafstraumur, é verdade, mas o grupo não parece
caminhar de braços abertos para o seu passado mais glorioso; não, em vez disso,
o grupo parece apostar num som mais dinâmico, temas mais curtos que rondam os
cinco minutos de duração, muito “bonitos” - ainda que não atinjam os picos de Olsen Olsen – onde é o baixo distorcido
que pauta as batidas mais electrónicas.
O
tema título Kveikur não esconde o
revivalismo consentido do primeiro disco dos Sigur Rós, através de uma
atmosfera pesada, encorpada e gradualmente sombria, fomentada por uma distorção
de puro noise/feedback estático que resulta num tema poderoso, um tema que faz
compreender o porquê desta nova geração do post-metal e post-sludgecore indicar
os Sigur Rós como banda de referência. Kveikur
é um álbum completo sem qualquer tema “filler”, porém, convém referir que
nem tudo são rosas: Yfirborð, com a sua batida exageradamente electrónica fica
longe da solidez dos restantes temas, e o instrumental Var - o último tema – merecia pelo menos mais cinco minutos de
duração.
Em termos
gerais, os Sigur Rós parecem estar novamente coesos e inspirados, a caminho da
solidez e brilho dos seus primeiros trabalhos, pelo menos a julgar por alguns
dos temas incluídos neste disco. Esperemos pelos próximos trabalhos para
tirarmos conclusões mais precisas.
7.5/10
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