Das cinzas de uma das bandas mais influentes do panorama da
música atmosférica dos últimos anos, nasceram os Palms. Basicamente, Jeff
Caxide, Aaron Harris e Bryant Clifford Meyer – todos eles antigos membros dos lendários Isis – estavam fartos
de não fazer nada em termos musicais e, como a vida de um músico profissional
se resume precisamente a fazer música, convidaram Chino Moreno (Deftones) para
formar um novo (super) grupo.
No site oficial da banda, Harris explica que «tudo aconteceu
de forma natural, provavelmente porque já tocamos juntos há tanto tempo, e as
coisas foram surgindo naturalmente. No entanto, não queríamos fazer algo
instrumental: queríamos voz, só não tínhamos a certeza de quem seria esse
vocalista inicialmente». Ora, Chino Moreno parece ter o perfil ideal para esta aventura
celestial de contornos atmosféricos, onde o belo e o transcendente se fundem
com o peso emocional do instrumental que os ex-Isis já nos habituaram no
passado.
A viagem espacial entrelaça-se com algumas influências
musicais que seriam expectáveis vindo destes músicos e, grosso modo, a dinâmica
vocal de Chino Moreno varia entre o limpo do shoegazing/dream pop e o agreste
vocal aplicado em certos temas mais pesados dos Deftones – prevalece mais a
vertente limpa ao longo do disco, diga-se -; instrumentalmente, apesar de
inegavelmente existir uma base familiar que sustenta o trabalho destes músicos
em Isis, a abordagem incide e desdobra-se sobretudo sobre a componente melódica
e atmosférica, componente esta que se adequa mais ao perfil vocal de Chino
Moreno – basta ouvir o primeiro tema Future
Warrior para se chegar facilmente a essa conclusão.
A música presente em Palms
é incrivelmente relaxante,
apaziguadora, suave e bela, uma espécie de viagem paralela ao mundo encantado de
Alcest, por exemplo. Os 47 minutos deste longa-duração carecem de uma maior
variedade entre si, ainda que os seis temas aqui presentes possam ser encarados
como um só.
8/10
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