Os Terror são uma das mais importantes e conhecidas bandas de hardcore punk da actualidade e uma daquelas bandas que vale a pena pagar um bilhete caro nem que seja para ver uma mão cheia de temas. A banda de Los Angeles conta com membros que ostentam um currículo invejável dentro da cena hardcore norte-americana, com passagens por bandas de cariz mais “underground” de elevadíssima importância para o género musical: Carry On, Buried Alive, Donnybrook, Down to Nothing ou No Warning. Frank Novinec, ex-Hatebreed, e Carl Schwartz, vocalista dos First Blood, também estiveram envolvidos no passado recente da banda.
The Damned, The Shamed (2008) revelou-se um disco inferior comparativamente aos anteriores One with the Underdogs e Always the Hard Way, mas nada que resfriasse o ânimo e a esperança em relação a outro disco bombástico e envolvente como é o caso deste Keepers of the Faith. A banda oferece-nos um disco extremamente equilibrado, com alguma variedade, letras e refrões orientados para a supremacia do ser e a honestidade e camaradagem da própria cena hardcore punk e um instrumental que, apesar de nunca chegar a ser exuberante, cumpre na íntegra os pergaminhos do género musical.
Os treze temas que compõem este registo recuperam ideias da gloriosa década de 80 norte-americana e mesclam-nas com o próprio som que a banda nos tem apresentado desde a sua fundação, com algumas influências do metal. A garra que a banda usa na composição de cada tema é de louvar e deve servir de inspiração a todas as bandas do espectro hardcore/metal, pois sem ela, este e outros discos nunca poderiam ver a luz do dia. Your Enemies Are Mine, Stick Tight, Stay Free, Only Death, The Struggle e Keepers of the Faith estão perfeitamente à altura de Overcome, One with the Underdogs, Strike you Down, You Can’t Break Me, Lost, Last of the Die Hards e Never Alone.
Superior a The Damned, The Shamed, e com uma produção muito boa, este Keepers of the Faith não só se coloca facilmente no mesmo nível de qualidade dos dois anteriores registos, como também é um disco que daqui a vinte anos ainda será falado, tal como Blood, Sweat and No Tears ainda o é. Mais: na ausência da falta de criatividade e saturação de ideias denotadas nos últimos dois registos de Hatebreed, os Terror podem muito facilmente usurpar-lhes o trono.
8.5/10
8.5/10
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