O cinema e a televisão estão, de
há uns anos para cá, interessados na exploração da temática das drogas pesadas.
Cheech & Chong popularizaram nos
anos 70 aquilo que hoje está em voga em Breaking
Bad e outros filmes interessantes sobre substâncias proibidas que
lentamente condenam o consumidor a um fim deplorável já visto em A Vida não é um Sonho.
Ross (Jason Schwartman, Gostam Todos da Mesma), Nikki (Britanny
Murphy, Sin City - Cidade do Pecado),
The Cook (Mickey Rourke, O Wrestler),
Cookie (Mena Suvari, Beleza Americana),
Spider Mike (John Leguizamo, Terra dos
Mortos) e Frisbee (Patrick Fugit, Wristcutters:A Love Story) fazem parte deste elenco de actores famosos que interpretam
um grupo de pessoas aparentemente amigas completamente viciados em crystal methamphetamine,
também conhecido por “spun”, droga que é conhecida pela adrenalina e energia
oferecidas. Vivendo em função da próxima dose e daquilo que The Cook consegue cozinhar, Ross dirige-se regularmente à
casa onde vivem Spider Mike e Cookie, que fazem a distribuição da droga. Lá
encontra um Frisbee que vive num mundo de vídeo jogos, drogas e música, num
estado físico de meter dó (assim como o de Cookie) e uma local onde nem animais
gostariam de lá viver. Acaba por conhecer Nikki – que é a namorada de The Cook –
de quem se torna amigo e um condutor de serviço/distribuidor de droga.
Em termos de desenrolar da
narrativa, assistimos à vida irresponsável de Ross, um jovem que perdeu a
namorada e que se esquece da actual companheira atada à cama com a boca e olhos
tapados, um jovem que abdica de tudo para ir ter com Spider Mike e “snifar” uns
gramas, arranjar um “boost” para se esquecer da sua vida. Há também a vida de
stripper de Nikki e do mau relacionamento amoroso, ainda que por vezes este
pareça normal, e das suas capacidades mais humanas, por assim dizer. As
personagens afirmam aquilo que todos os drogados costumam dizer quando
questionados sobre a dependência das drogas, ou seja, que podem parar quando
quiserem, mas a verdade é que assistimos aqui a uma completa desorientação e
irresponsabilidade dos que consomem crystal methamphetamine.
Não há um grande sentido de
esperança em relação a um futuro melhor ou algo que inclua uma vida sem adrenalina
sintética, e creio que a realização não pretendeu dar essa impressão. Spun tem defeitos, a começar pela
história que é previsível e com um nível de intensidade baixo para este tipo de
temática, mas é um bom filme com um bom elenco de actores.
Argumento: Will De Los Santos, Creighton Vero
Realização: Jonas Åkerlund
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