E de todos os filmes realizados por Quentin Tarantino, só dois me deixaram pouco impressionado: À Prova de Morte e Jackie Brown. O resto é tudo filmes de topo que desiludem muito pouca gente.
Ora, este Sacanas sem Lei, de 2009, não foge à regra de Tarantino: guião
simples, personagens marcantes e diálogos memoráveis. Se, por exemplo, Pulp Fiction traz à memória o diálogo de
Travolta e Jackson sobre a divina providência/intervenção divina, esta película
fica marcada pelo “fantástica” conversa em italiano entre os Bastardos e o
Coronel Landa (“Marrrgarêêtii”, “Domenico DiCocco”). Voltando à estória do
filme, estamos na Segunda Guerra Mundial, na França ocupada pela Alemanha, e os
americanos e britânicos encontram-se a dar ajuda aos franceses. Uma elite de
combatentes norte-americano intitulada Os Bastardos, liderada pelo Tentente
Aldo Raine (Brad Pitt) e o Sargento Donowitz (Eli Roth), organizam um plano de
captura de nazis e derrube do Führer. Do outro lado da barricada está Hans Lada
(Christoph Waltz), um carismático Coronel famoso por encontrar e perseguir judeus,
não fosse ele das SS, claro está.
O resto - e o enredo é
extremamente limitado – consiste na exibição de um filme sobre a glória nazi do
soldado Zoller (Michael Fassbender) no cinema de Shosanna (Mélanie Laurent),
uma judia a quem Lada mata a família. Nesse cinema estarão todos os grandes
líderes do Reich, incluindo o próprio Hitler, e os Bastardos não querem perder
essa grande oportunidade para acabarem com a guerra. E pronto, com um enredo
tão simples, Tarantino reúne um elenco de bons actores e cria um óptimo filme
de acção e comédia, de onde se destacam Brad Pitt e Christoph Waltz. O primeiro
é um Durão norte-americano, o segundo é uma personagem simpática e cruel alemã,
e ambos dão vivacidade às personagens que representam.
Não se deixe enganar: a maioria
dos diálogos é, de facto, simples, mas aquele diálogo entre Lada e um
latifundiário francês – entre tantos outros – é do melhor que se viu em Tarantino;
o humor está presente em quase todos os momentos e em várias línguas: alemão,
francês, italiano e inglês – e Christoph Waltz fala-as todas.
Não inova em nada, recupera
partes de filmes ora clássicos, ora desconhecidos, mas Quentin Tarantino é um
dos grandes realizadores do cinema de massas norte-americano que agrada aos
europeus e Django Libertado está já
aqui à porta.
Título original: Inglourious Basterds
Realização: Quentin Tarantino
Argumento: Quentin Tarantino
Título original: Inglourious Basterds
Realização: Quentin Tarantino
Argumento: Quentin Tarantino
Sem comentários:
Enviar um comentário