Muitos, muitos anos depois de me
terem falado de Umberto Eco, da sua importância dentro do âmbito da Estética,
do seu estudo sobre o Belo, da minuciosidade e exactidão densa como compunha
parágrafos, optei por comprar e ler aquele que é o mais famoso romance deste
autor, adaptado ao cinema em 1986 com Sean Connery no papel principal.
A acção decorre tem lugar na era
medieval, em 1327, numa abadia beneditina da Itália setentrista onde ocorrem
vários crimes que deverão ser resolvidos por Adso de Melk e Guilherme de
Baskerville. Como devem imaginar, o fanatismo religioso, as guerras entre as
várias regiões europeias, as superstições, a sede de conquista de reis e
imperadores e os massacres eram de tal forma atrozes e de uma intolerância tal
que o próprio riso era considerado pecado no séc. XIV; Eco, um dos mais
sapientes da sua geração, descreve com enorme conhecimento todas estas situações
referidas anteriormente, adicionando-lhes um toque de romance policial ao bom
estilo de Sherlock Homes e Watson – Guilherme e Adso -, com reviravoltas e
algum suspense.
Os problemas da abadia residem
sobretudo na enorme biblioteca e nos segredos que ela, os seus bibliotecários e
copistas guardam, obrigando Guilherme e Adso a usarem e abusarem da retórica,
filosofia e persuasão. Foi igualmente um prazer e surpresa ter novamente conhecimento
de uma época que muito marcou a minha educação escolar, o Renascentismo, assim
como o Latim presente em todas as páginas, mas tirando isso o enredo parece-me
pouco inspirado e carente em termos de dinâmica. De facto, o romance é
enormíssimo nos pormenores históricos e filosóficos, mas em termos de interesse
e apelo, deixa um pouco a desejar, confesso.
Deduzo que O Nome da Rosa não foi exactamente aquilo que eu esperava
encontrar, mas que é um livro fantástico para os amantes de História, lá isso
é.
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