terça-feira, 11 de dezembro de 2012

«Jeff, Who Lives at Home»



A vida poderá ser compreendida como uma projecção de realidades baseada na interpretação que o nosso cérebro faz através das imagens que recebe, criando mundos a todos os instantes. Há quem também refira que somos aquilo que atraímos: aquilo que pensamos torna-se realidade.

Jeff, um indivíduo de 30 anos que vive na cave da casa da sua mãe, está à procura de um significado para a sua vida. Jason Segel, famoso pela sua participação na série Foi Assim que Aconteceu (How I Met Your Mother), interpreta o papel deste jovem que anda à deriva na vida, escapando do tédio através do bong de erva que fuma compulsivamente. Inesperadamente, Jeff recebe uma chamada por engano a perguntar por Kevin e parte em busca de alguém com este nome. Ora, visto que Kevin é um nome muito popular na língua inglesa, Jeff terá praticamente que percorrer todo o país para encontrar o Kevin.

Paralelamente, o irmão mais velho de Jeff vive uma crise amorosa com a sua esposa. Pat (Ed Helms, A Ressaca) vive uma vida de incertezas provocada pela obrigatoriedade de comprar bens materiais para agradar a Linda (Judy Greer). Ou então, Pat acredita que conseguirá recuperar o amor da companheira através da compra de um Porsche, piorando ainda mais a situação. Linda não quer um automóvel que põe em risco a independência financeira do casal e decide sair com outro homem para enfurecer o marido.

Enquanto Jeff se deixa guiar pela subtileza dos sinais da vida, encontra Pat e ambos se ajudam mutuamente na procura da felicidade, isto apesar do cepticismo de Pat em relação à forma como o irmão mais novo encara a vida. Jeff, Who Lives at Home é cómico e profundo em vários aspectos, mas a narrativa é demasiado curta para o conceito de filme que a dupla de realizadores Jay e Mark Duplass (Cyrus) concebeu, creio eu. Esta obra precisava no mínimo de mais 30 minutos para que o final fizesse sentido, na medida em que a busca de Jeff e todos os sinais que este encontra no caminho acabam por ser insuficientes para dar um corpo sólido ao conceito: um final verdadeiramente feliz para Jeff; a prova de que as nossas acções estão interligadas com o universo.

A curta duração do filme torna-o uma experiência inacabada e isso é penoso para a boa premissa inicial.

Realização: Jay Duplass, Mark Duplass
Argumento: Jay Duplass, Mark Duplass

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