Não lançavam nada desde 2008, altura em que gravaram Natasha, um disco absolutamente impensável na discografia de uma banda de grindcore. Um dos nomes mais populares da língua russa personificou um álbum que se alimenta do drone e música ambiente, capaz de criar um ambiente relaxado. Ora, este adjectivo, relaxado, não pode entrar num disco puro de grindcore, pois claro.
O anterior disco Phantom Limb
assinalou uma abordagem notoriamente mais death metal, ao mesmo tempo que desvirtuou
um pouco a identidade e acentuou a falta de um baixo no grupo - grindcore sem
baixista ainda se consegue ouvir, mas algo que roce o metal e sem baixo, já não
é assim tão bonito de se ouvir. Book
Burner marca também o primeiro disco com Adam Jarvis (Misery Index) na
bateria, uma vez que Brian Harvey deixou a banda, e Blake Harrison é também
considerado um membro oficial, embora este esteja encarregue dos samples e
partes electrónicas, que não são assim tantos.
Book Burner é um disco razoável com momentos de pura fúria e
descarga de riffs enérgicos, acompanhados por um blast beating que parece não
conseguir acompanhar a guitarra. Adam Jarvis é um bom baterista de death metal,
qualificado para tocar grindcore, não duvido, mas o disco apresenta uma óbvia
falta de intensidade que Jarvis não consegue preencher – ou então a banda
simplesmente optou por uma toada menos extrema. Outro grande defeito deste
disco prende-se uma vez mais com a produção demasiado abafada e artificial do
disco, lembrando as produções pobres dos discos que os Slayer gravaram nos
últimos tempos. O instrumento mais afectado por este problema foi sem dúvida a
guitarra de Scott Hull e todos os riffs secos que o mesmo debita, criando
saudades daquela criatividade levada a cabo no seminal Terrifyer.
Em termos estruturais, Book Burner mistura o grindcore com o
thrash/death metal e um pouco de hardcore punk, distribuídos por temas que vão
30 segundos aos 4 minutos de duração. Alguns dos temas são directos e respeitam
as regras old school do grindcore, como é o caso de Eve ou All Seeing Eye,
mas, por exemplo, Permanent Funeral
ou The Diplomat não encaixam
rigosamente nada num registo que tinha tudo para figurar nos melhores de 2012.
Book Burner é, como referido atrás, um disco razoável, no entanto os
últimos trabalhos de Phobia e Rotten Sound constituem alternativas bem mais
agradáveis e extremas.
6.5/10
Olá.
ResponderEliminarGostei da idéia do seu blog.
Acabei de o incluir no meu Seguidores de Blogs (http://seguidoresdeblogs.blogspot.com.br/2012/12/contracultura-aplicada.html), e assim que possível nos faça uma visita!
Abraços.