sexta-feira, 4 de novembro de 2011

«Død Snø»


Se já visitou anteriormente este meu blog(ue?), sabe que adoro filmes de terror e que sinto um enorme fascínio pelo género. Desde os clássicos de Romero, do boom italiano de realizadores que contribuíram para o crescimento e criação de uma certa sedução por parte dos mortos vivos - de onde gostaria de destacar, entre muitos outros, Dario Argento (Suspiria) e Lucio Fulci (Zombie 2 - A Invasão dos Mortos Vivos), visitando a rua de Elm Street, o Halloween de 1978 (e o espectacular remake que Rob Zombie fez em 2007), as experiências na reanimação dos mortos (Reanimator), ou os recentes Silent Hill, Stake Land, Os Renegados do Diabo, etc, etc, etc.

Uma das minhas mais recentes descobertas foi este Død Snø, conhecido internacionalmente pela sua anglicização Dead Snow, um filme realizado no país dos fiordes, black metal, neve, bacalhau e dos deuses mitológicos dos vikings: a Noruega, pois claro. Tommy Wirkola juntou um grupo de jovens actores e levou-os até Øksfjord para realizar um hilariante filme de zombies nazis que ficaram presos em Finnmark no final da II Guerra Mundial. Enquanto os alemães, liderados pelo Coronel Herzog, ocuparam o norte da Noruega, trataram de pilhar, incendiar e matar uns quantos civis, até que um dia a população local se revolta e trata de ajustar contas, expulsando-os do território. Oito estudantes de Medicina vão passar as suas férias da Páscoa numa cabana isolada na neve e deparam-se com uma caixa antiga que contém, nada mais, nada menos que ouro e moedas dos nazis que outrora ocuparam a área; mal sabiam eles que ao desenterrarem o tesouro estariam a libertar o mal dos soldados alemães que, afinal de contas, nunca chegaram a morrer: tornaram-se zombies. Até aqui, a originalidade não é muita e, verdade seja dita, não importa muito – é um filme sobre zombies feito precisamente para fazer rir.

A carnificina é um dos pontos fortes do filme, em detrimento daquelas cenas em “slow motion” com montes de tiros e estilhaços como temos assistido no massacre feito à saga Resident Evil, a acção decorre de forma rápida e espontânea: são oito contra um exército de mortos vivos do III Reich e não há tempo para cenas românticas, importa mesmo é disparar e correr, disparar e correr. E quando não há armas de fogo, o que estiver à mão também conta como utensílio de defesa. Há aqui cenas que fazem lembrar de imediato a The Evil Dead – A Morte Chega de Madrugada: a cabana, onde decorre grande parte da narrativa, uma motosserra que tritura tudo o que toca e uma cena – a segunda mais hilariante do filme, passo já à número um – tipicamente Sam Raimi: uma vez mordido num braço por um zombie, uma personagem passa de imediato à amputação do membro a sangue frio e com a ajuda da motosserra. A cena mais hilariante da película acontece quando duas personagens estão dentro da cabana, cercados por um batalhão nazi, e lançam um cocktail molotov… que explode e incendeia a cabana. Segue-se uma chamada telefónica para o 112, informando o operador de que estão a ser atacados por zombies da Segunda Guerra Mundial.

Død Snø não inova em praticamente nada num género povoado por um sem número de maus filmes – muito maus – que tentam, sem efeito, focar-se em relações amorosas e deixam de fora o elemento principal num filme de terror com boa disposição: espontaneidade e diversão.

Argumento: Tommy Wirkola, Stig Frode Henriksen
Realização: Tommy Wirkola

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