«It is with great sadness that we confirm that
musician, rapper, activist and director Adam "MCA" Yauch, founding
member of Beastie Boys and also of the Milarepa Foundation that produced the
Tibetan Freedom Concert benefits, and film production and distribution company
Oscilloscope Laboratories, passed away in his native New York City this morning
after a near-three-year battle with cancer. He was 47 years old.» - in beastieboys.com
Por detrás do sorriso de Adam
Youch, mais conhecido por MCA, estava o mesmo miúdo que aos 22 anos fez parte deste
divertido e altamente aclamado disco, um disco gravado por putos de boné e
óculos de sol que parodiavam toda a cena do hip-hop norte-americano. Numa época
onde tinha já se assinalava o declínio do punk e onde Madonna e o thrash metal
moviam as massas de adolescentes e jovens, estes Beastie Boys tiveram a
brilhante ideia de misturar, imagine-se, as rimas rápidas do rap com a rapidez
do hardcore punk e os riffs de guitarra pesados do heavy metal, num estilo que
basicamente não agradava por inteiro a nenhum destes movimentos. Rick Rubin e
estes miúdos da cidade de Nova Iorque deixaram a estupidez, a acne e a paixão
pela música falar mais alto e editaram o primeiro disco de hip-hop a entrar nos
grandes tops norte-americanos.
Licensed to Ill, enfim, foi inúmeras vezes mal plagiado pela geração
nu metal do final dos anos 90; foi por aqui que se perdeu o medo e as palas de
misturar o beatbox com as guitarras pesadas. É daqui também daqui que uma festa
só pode ser uma festa se forem tocados No
Sleep Till Brooklyn e (You Gotta) Fight
for Your Right (To Party!), não é? Apesar de desconhecerem que são temas da
autoria dos Beastie Boys e que nem sejam sequer adeptos do hip-hop, tenho a
certeza de que todos abanam a cabeça e pulam ao som das guitarradas eléctricas
e dos refrões entusiastas e tão fáceis de memorizar. Longe de ser um disco
maduro ou de frases onde impera a crítica social e a atitude política que tanto
caracteriza o rap – é também por aqui que este grupo é mais que um conjunto de
rappers -, esta obra é um verdadeiro prozac para o espírito mais deprimido, um
convite à não disposição e ao riso instantâneo. É difícil não sorrir ao escutar
o ritmo emulado dos jogos da velhinha Nintendo Entertainment System de Girls, não relaxar com o ritmo Havanesco
de Slow Ride e ignorar o baixo
pesadão e o desafio a três vozes de Time
to Get Ill.
Intemporal e um dos
verdadeiramente grandes discos do rock/rap, complicado é não gostar deste
disco.
05/08/1964 – 04/05/2012.
8.5/10
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