domingo, 20 de março de 2011

Chimaira «Chimaira»


O termo “New Wave of American Heavy Metal” tem vindo a ser exaustivamente alterado ao longo dos anos e aplicado a diferentes entidades, desde Pantera, Exhorder, passando por Killswitch Engage, Lamb of God ou, recentemente, DevilDriver. Esqueçamos, portanto,  a forma algo arrogante e pomposa com que estes norte-americanos se apresentaram no seu disco anterior (The Impossibility Of Reason, 2003) e passemos a encará-los como uma banda que só dois anos volvidos gravou um registo capaz de agradar a gregos e troianos. 

Se o registo prévio era demasiado previsível e um pouco imaturo, o homónimo revela-se uma evolução que era necessária em vários aspectos: melhores guitarras, mais groove e canções com princípio, meio e fim. Nothing Remains abre o disco e é ao mesmo tempo o single de apresentação do terceiro longa duração dos rapazes de Cleveland. É notória a evolução e melhor desempenho dos guitarristas Matt DeVries e Rob Arnold, provavelmente influenciados por Pantera ou Exodus. Ambos apresentam boa complementaridade a nível de riffs e ritmo, havendo espaço para uns tímidos solos. O single é uma óptima canção que nem fica no ouvido à primeira audição, no entanto foi bem escrito. A voz de Mark Hunter… essa mantém-se inalterável.

Quem gravou The Impossibility Of Reason foi Andols Herrick. Contudo, quem acabou por fazer as extensas turnés de promoção do disco foi o sueco Ricky Evensand, que trabalhou com Soilwork e Demonoid. Foi Kevin Talley o escolhido para a gravação deste Chimaira. Talley, conhecido pelo seu elevado desempenho - e por passagens em Dying Fetus, Misery Index, Decrepit Birth, Cattle Decapitation, etc -, assinala aqui mais um  trabalho à altura da sua fama. De facto, as partes da bateria estão muito bem gravadas, tal como todos os restantes instrumentos. A voz de Hunter é muito bem conseguida, ainda que a espaços se torne um pouco monótona, mas nada que complique a audição do disco.

Contando com uma edição especial de dois discos (duas canções extra, mais algumas ao vivo), este é um disco que deixou de fora alguns clichés e conferiu uma identidade mais própria à banda. O maior defeito do disco prende-se com a duração e repetição de algumas canções; tirando isso, temos um disco muito agradável e bem produzido.

8/10

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