sábado, 19 de março de 2011

Six Feet Under «13»


13 é o sétimo álbum de originais dos norte-americanos Six Feet Under, que são a banda do ex-Cannibal Corpse Chris Barnes. Depois de várias experiências musicais ao longo dos últimos tempos, Barnes e os Six Feet Under nada têm a ver com os Cannibal Corpse em termos de sonoridade. Bringer of Blood foi um álbum muito ignorado pelos fás de death metal, e 13 sofreu um pouco dessa recepção, também; aliás, esta banda é conhecida pela legião que os admira, e pela que os odeia.

13 retrata o ciclo da vida nas suas três fases: nascer, viver e morrer, embora o teor lírico se concentre maioritariamente na habitual temática dos homicídios, “gore” e muita violência. O groove característico dos trabalhos anteriores está presente em todo o álbum, com canções a rondarem os três minutos e com muito “grunho n' roll” de Barnes. Os Six Feet Under não são mesmo uma banda tradicional de death metal: 13 é um álbum bastante descontraído, como tem sido habitual em todos da carreira da banda.

Rest in Pieces, por exemplo, poderia muito bem ter sido incluída no anterior Bringer of Blood, na medida em que a faixa se revela altamente influenciada pelo hardcore punk da década de 80, misturado com o death metal típico dos Obituary, fase The End Complete. Diga-se de passagem que o disco aposta claramente na fusão entre Black Flag/Dead Kennedys e algum experimentalismo dentro do metal. A maior surpresa é, quiçá, Shadow of the Reaper, devido à sua aposta na área do death metal melódico (quem diria); sem dúvida, dos temas mais interessantes do álbum: é rápido, tem riffs orelhudos, tem um baixo cheio de balanço e bons “break downs” de bateria. É a faixa mais longa do disco (3:39 minutos) e o seu vídeo chegou a passar na MTV2 várias vezes.

Deathklaat é o outro single (com vídeo também). “I'm going straight to hell / to burn in flames with the devil / fuck the church and that christian shit. / My tombstone's carved with a six six six / I don't care about the lies that you preach. / Alive to live, not to believe in a god that I cannot see”, é assim a introdução da música. Aqui a temática já é a religião, mas o som já não é melódico. Outra boa malha é Stump, sendo ela a mais rápida e pesada do disco - com um bom solo, acrescente-se. 

Apesar de não ser um álbum freneticamente rápido, 13 foi aquilo que a banda naturalmente quis para o seu futuro. Ao longo de mais quinze anos de carreira, e bem vistas as coisas, pode-se dizer que poucas bandas soam como os Six Feet Under. Um álbum a figurar na prateleira de um ouvinte sem preconceitos em relação ao que Chris Barnes se tornou e deixou para trás. 

7/10

Sem comentários:

Enviar um comentário