sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Universal Pictures processa versão pornográfica de «As Cinquenta Sombras de Grey»


A Universal Pictures avançou com uma acção judicial contra a Smash Pictures por uso indevido e violação dos direitos de autor da trilogia As Cinquenta Sombras de Grey, de E.L. James.

A companhia norte-americana de Hollywood alega que Fifty Shades of Grey: A XXX Adaptation roubou «diálogos, personagens, acontecimentos, estória e estilos» directamente da trilogia e que o filme é uma «cópia descarada».

Recorde-se que a Universal e a Focus Features estão já a trabalhar numa adaptação ao grande ecrã de uma das trilogias mais vendidas dos últimos anos. 

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Diários de Al Berto publicados



A Assírio & Alvim publicou recentemente uma compilação dos diários de Al Berto, um dos escritores de maior amplitude poética das últimas décadas. 
 
A sinopse da obra, segundo a Assírio & Alvim: 

«Embora não haja uma organização definida pelo autor, nem indicações quanto à edição dos diários, Al Berto alimentava o corpo dos cadernos com notas e esboços, acreditando, por vezes, que esse devir-obra da sua própria vida pudesse ganhar uma dimensão diferente, uma outra "força", "outra leitura" se ponderasse a sua publicação. Decidimos agora, de acordo com a vontade dos herdeiros legais e, ao mesmo tempo, fazendo eco do desejo de Al Berto, tornar públicos estes documentos privados.

Nestes Diários sobressai o registo diário de algo que servia para um uso pessoal e íntimo. Estamos perante um corpus que se expõe a si mesmo, que se dá no ritmo efervescente da criação mas também na sua fragilidade, na dúvida.»

terça-feira, 27 de novembro de 2012

«O Clube dos Poetas Mortos»



Há várias coisas que a vida nos ensina e que nos acompanharão para sempre. Uma dessas experiências, cujos efeitos ainda perduram até aos dias de hoje, foi o dia em que vi O Clube dos Poetas Mortos, um verdadeiro, belo e sincero elogio à poesia. “Carpe diem” é uma expressão demasiado vulgarizada pelos media e pelos escritores contemporâneos, mas convém recordar que a mesma vem já desde os primórdios da humanidade. Crê-se que terá sido Horácio, pegando na máxima epicurista do prazer, o grande dinamizador da filosofia que consiste simplesmente em aproveitar o dia, viver o momento com alegria. Shakespeare e Walt Whitman- entre outros - também se encarregaram de dedicar estrofes a esta máxima.

O Clube dos Poetas Mortos passa-se nos Estados Unidos dos anos 50, numa escola secundária com bastante tradição na formação de alunos que ingressam na Ivy League norte-americana – Yale, Harvard, Columbia, Princeton, etc -. Nesta escola não se admite qualquer tipo de pensamento que não se enquadre na filosofia clássica britânica de um ensino caracterizado pela excelência, boas maneiras e elitismo. Esta é uma escola frequentada apenas por alunos e professores do sexo masculino, professores estes obcecados com formação de génios da Literatura, Trigonometria, Latim e outras disciplinas; aqui, o pensamento livre não é bem-vindo: tudo o que não estiver nos manuais é inválido. 

No entanto, um dos novos professores da escola, o Professor John Keating (Robert Williams), mudará para sempre a vida de Todd (Ethan Hawke), Neil (Robert Sean Leonard), Knox (Josh Charles) e companhia. Este professor é excêntrico e transmite a estes alunos o valor da verdadeira, da genuína poesia: senti-la no coração. As aulas do Professor Keating consistem no desprezo e escárnio pelos manuais dos estudiosos de poesia, indivíduos que criaram escalas para medirem a qualidade da poesia. Ora, a única regra necessária para se compreender poesia é precisamente, segundo o professor, esquecer as regras; tudo na vida é poesia, e a vida deve ser aproveitada ao máximo. “Carpe diem” significa, como explicado anteriormente, aproveitar e viver a vida no momento; porém, estes alunos adolescentes entusiasmam-se em demasia com o significado da expressão e acabam metidos em sarilhos; “carpe diem” não significa fazer o que nos apetece, mas sim fazer tudo o que pode e deve ser feito com carinho e respeito pelos que nos rodeiam. 

O Professor Keating entusiasma de tal maneira estes alunos, que eles se interessam pelo passado do docente e descobrem que este fez parte de um clube de poesia: o Clube dos Poetas Mortos. Neste clube secreto só é permitido falar sobre poesia e literatura, nada de trigonometrias e latim. No Clube dos Poetas Mortos declama-se com sinceridade e criatividade, sem espaço para problemas do exterior. No Clube dos Poetas Mortos toda a poesia é válida, mesmo aquela que se debruça sobre uma ida ao supermercado. 

O Clube dos Poetas Mortos é um enorme incentivo ao pensamento livre e desrespeito pela elite que define o que é boa ou má poesia, pelo formalismo no sistema educacional. A poesia não é como nós, não tem mente. Só tem emoção, pois só há poesia quando esta vem do coração. A cena final deste filme é arrepiante, e mais não digo.

«O Captain! My Captain!»

Título original: Dead Poets Society
Realização:  Pete Weir
Argumento: Tom Schulman

Valter Hugo Mãe vence Prémio Portugal Telecom


O português Valter Hugo Mãe é o grande vencedor do Prémio Portugal Telecom na categoria de Literatura Portuguesa de 2012. O autor concorreu com A Máquina de Fazer Espanhóis e recebeu ontem à noite em São Paulo, Brasil, o prémio que distingue o melhor romance escrito em português, derrotando assim Michel Laub e Julián Fuks. 

Os restantes vencedores foram o poeta Nuno Ramos, que venceu na categoria de poesia, e Dalton Trevisan, vencedor na de conto.

sábado, 24 de novembro de 2012

Andrew W.K. promove a paz e o rock no Médio Oriente


O Departamento de Estado norte-americano convidou recentemente o músico Andrew W.K. para ser embaixador da cultura no Médio Oriente. No próximo mês de Dezembro, Andrew W.K. promete encher de energia e música rock as escolas e salas de espectáculos do Bahrain.

O compositor norte-americano agradeceu o convite e prometeu mostrar ao grande povo do Bahrain a importância de 'rockar' e o seu contributo e energia positiva para a paz.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Vladimir Nabokov «Desespero»



Não fosse o original e fantástico talento, Vladimir Nabokov seria o escritor mais arrogante e presunçoso que alguma vez li. Este russo, nascido em 1899, é aquele autor capaz de logo no início nos oferecer o final do romance, ou então criar um prefácio qualquer com uma série de spoilers. Mas também não é bem assim, isto é, nada do que Nabokov escreve deve ser interpretado à letra. Há que ter sempre margem para se interpretar o oposto daquilo que está escrito.

«O livro tem menos atractivos de teor russo-branco do que os meus outros romances de emigre; daí, ser menos confuso e irritante para os leitores criados na propaganda esquerdista dos anos trinta; por outro lado, os leitores inocentes acolherão favoravelmente a sua estrutura inocente, a intriga inócua, que, aliás, não é tão familiar como supõe o autor da carta insultuosa do Capítulo 11. Ao longo do livro, há muitas conversas interessantes e a cena final, com Felix na floresta invernosa, tem, evidentemente, muita piada.» De facto, o romance é hilariante em praticamente todos os seus segmentos, com muito espaço para inverosimilhança e escárnio pela literatura e pelos críticos, assim como a União Soviética – o livro foi escrito no auge do regime russo, em 1934. 

Desespero conta-nos a estória de um russo que vive na Alemanha, Hermanm, casado com Lydia, que tenta encenar o crime perfeito: a sua própria morte – uma alusão a Crime e Castigo de Dostoyevsky, suponho. Numa viagem a Praga, Hermann conhece um vagabundo chamado Felix, alguém que supostamente, segundo Hermann, é o seu duplo. Hermann acredita que as suas semelhanças físicas com Felix são perfeitas e então prepara o assassinato do checo para ficar com o dinheiro de um seguro que faz com Lydia. As linhas de Desespero estão embutidas em puro sarcasmo e desprezo pela vulgaridade, um desprezo destinado sobretudo à linearidade literária daquela época: «Desespero, parente do resto dos meus livros, não tem comentário social a fazer, não traz mensagem nos dentes. Não endireita o órgão espiritual do homem nem mostra à humanidade a saída justa. Contém muito menos «ideias» do que qualquer um desses ricos romances populares tão histericamente aclamados na curta câmara de eco entre o aplauso e a vaia.», explica Nabokov no prefácio. 

A “loucura” de Nabokov é tal, que este inicia um dos capítulos do romance de várias formas, todas elas perfeitamente válidas e com nexo, e qualquer uma delas serviria para o autor continuar a desenvolver a obra. De facto, o distanciamento de Nabokov perante os grandes nomes da literatura – ou aqueles aclamados pela crítica – parece-me ser um dos seus objectivos. Criar uma obra de ficção onde a personagem principal é um sujeito matreiro, egocêntrico, em quem o leitor não pode confiar nem acreditar em nada do que ele diz. Hermann sobrepõe-se frequentemente a Nabokov, como se tivesse sido Hermann o autor da obra, o que me leva a questionar se Hermann terá sido um duplo do próprio Nabokov. Contudo, Hermann é escrito e rescrito a todo o instante, logo não pode ser um duplo no verdadeiro sentido do termo; Hermann é uma personagem que se quer transpor para a vida real e tomar o lugar do próprio autor, no entanto, sempre que isso sucede, Nabokov trata de rescrevê-lo.

Desespero é um romance de sarcasmo e ilusão singulares, criado a partir da grande loucura egocêntrica de Nabokov. Um romance a ser relido, sem dúvida.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Meshuggah e Decapitated no Porto e Lisboa


A tour europeia conjunta entre os suecos Meshuggah e os polacos Decapitated passa pelo nosso país. As duas bandas têm datas marcadas para o Hard Club, Porto, no dia 27 deste mês, e no seguinte no Paradise Garage, Lisboa. 

Depois da última passagem pelo Bracara Extreme Fest de 2011, os Decapitated continuam a promoção ao seu último trabalho Carnival Is Forever, desta vez já sem Kerim Lechner na bateria. 

Os Meshuggah encontram-se a promover Koloss, o seu oitavo disco de estúdio editado em Março deste ano. Os também suecos C. B Murdoc são os convidados especiais e irão abrir os dois concertos.

O preço dos bilhetes é de 22€.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Nine Inch Nails de volta


Trent Reznor afirmou recentemente à revista Rolling Stone que se encontra há algum tempo a compor material para os Nine Inch Nails, isto apesar de estar empenhado no projecto How to destroy angels_ e da parceria com Josh Homme num tema do próximo disco dos Queens of the Stone Age.

Apesar de os Nine Inch Nails se terem ofcialmente despedido da música em 2009, esta era de facto uma notícia há muito esperada. Questionado sobre o regresso aos concertos, Trent Reznor explicou que «se se proporcionar, é uma possibilidade».

Robert Fisher «O Cavaleiro da Armadura Enferrujada»


Era uma vez um cavaleiro que salvava donzelas em apuros e matava dragões enormes. Este cavaleiro não tirava a sua armadura uma vez que fosse, nem mesmo em casa perante a sua esposa e o seu filho, pois estava de tal forma apegado à armadura que o seu ego o cegava perante aqueles que queriam o seu bem.

Este cavaleiro, que espalhava luz e espanto por onde passava, viu-se metido numa encruzilhada: quando deu por si, a sua armadura estava presa ao seu corpo e não havia forma de a tirar, nem mesmo com a ajuda do ferreiro da aldeia, que era um dos homens mais fortes do reino. A sua esposa e o seu filho desconfiavam que era o próprio cavaleiro que não queria tirar a armadura, mas não era assim, pois o metal não saía pela força. Então, e pressionado pela sua família – que o fez ver que os as batalhas eram mais importantes para ele do que a própria esposa e filho – o cavaleiro partiu em busca de algo que o ajudasse a sair da armadura; na floresta encontrou Merlin, o mago, que o enviou numa missão de descoberta: o cavaleiro teria que perder o medo e assim descobriria quem ele realmente era, libertando-se da armadura. Para terminar a missão, o cavaleiro teria que passar por três castelos: o Castelo do Conhecimento, o Castelo da Verdade e o Castelo do Silêncio.

A metáfora aqui é simples e fácil de explicar: o cavaleiro vivia tanto para os outros, preocupado com o que eles acham dele e do poder que a armadura que conferia, que acabou preso nela. Agora mal consegue comer porque o elmo e a viseira estão coladas à cara e vai perdendo o amor daqueles que verdadeiramente o amam. 

Pode parecer um mero conto para crianças, mas a verdade é que este pequeno livro é uma fonte enorme de sabedoria e reflexão. O Cavaleiro da Armadura Enferrujada pode muito bem se encontrar nas secções de auto-ajuda nas livrarias, mas para mim é uma enorme fábula que lida com os nossos medos e egos. Uma vez perdidas as máscaras/armaduras, saberemos quem realmente somos.