quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Cult of Luna ao vivo no Hard Club, Porto, 28/01/13

Fotografia: Ricardo Almeida

O final de Janeiro assinalou o regresso de uma das bandas mais originais e intensas que a Suécia criou nos últimos 15 anos. Praticantes de uma sonoridade vanguardista que vagueia algures pelo post-rock e o sludge atmosférico, os Cult of Luna tinham estado por cá em 2005 e 2007, altura em que se encontravam a promover os seminais Salvation e Somewhere Along the Highway, respectivamente. Na bagagem trouxeram consigo a novidade Vertikal, inspirado no filme Metropolis de Fritz Lang, um disco ligeiramente diferente do habitual, mas com o cunho pessoal do grupo.

Por motivos pessoais, não foi possível assistir à primeira parte do concerto que esteve ao encargo de HHY. Por volta das 22h00, num ambiente escuro e intimista, o conjunto liderado por Johannes Persson, já sem Klas Rydberg na voz, entrou em palco ao som hipnotizante de The One e I: The Weapon, dois temas do novo disco que resultaram de forma excelente, assim como todo este novo disco. De facto, em disco são uma das maravilhas que a vida tem para nos dar, mas é sobretudo em palco que a sonoridade desta banda toca profundamente na mente e coração. O concerto prosseguiu a marcha e aumentou a temperatura da sala 2 do Hard Club com a percussão brutal de Ghost Trail e a beleza melancólica de Finland, dois temas bem conhecidos e muito aguardados por parte da plateia.

Seguiram-se os trinta minutos introspectivos de Mute Departure a Vicarious Redemption, depois o regresso a Kingdom Eternal através do tema Owlwood, e novamente lá fomos nós para Vertikal. O material antigo destes suecos é tão bom e diversificado que ficamos sempre com uma ligeira sensação de que “podiam ter tocado este e aquele tema”, - e teria sido grandioso ouvir Leave Me Here, Waiting For You ou Dim, entre tantos outros - mas verdade seja dita, a tripla final Passing Through / Disharmonia / In Awe Of encheu as medidas de quem se deslocou ao Porto e convenceu os mais cépticos em relação à direcção ligeiramente menos melódica e mais mecânica do novo disco.  

Por último, há que referir que a qualidade do som na sala esteve simplesmente divinal: as vozes, ainda que gritadas durante quase todo o concerto, foram audíveis o tempo todo, sem sobreposição da distorção maciça do baixo e das três guitarras, e os dois bateristas puderam explorar os seus instrumentos sem causar dores de ouvidos ao público. Esperemos que os Cult of Luna regressem num futuro muito, muito próximo.

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