sábado, 3 de agosto de 2013

Sigur Rós «Kveikur»




Depois do desastre de Valtari, do curto hiato e da saída do teclista Kjartan Sveinsson, os islandeses Sigur Rós regressam com novo disco e nova editora – XL Recordings. Kveikur, que em islandês significa “pavio”, assinala uma luz ao fundo de um túnel que parecia assustadoramente fechado nos dois discos anteriores do grupo liderado por Jón Þór Birgisson.

Este sétimo disco retoma os traços que caracterizam desde sempre a banda islandesa - o dream pop dos 80s e o post-rock com ligeiros traços sombrios aqui e acolá - misturados agora com uns toques de electrónica menos disfarçada e um cheirinho a synth-pop retro. Kveikur retoma o brilho e o factor épico de () e Ágætis byrjun - sem necessariamente atingir os dez minutos por tema dessa fase da banda – em temas de pura inspiração, como é o caso de Ísjaki  e  Rafstraumur, é verdade, mas o grupo não parece caminhar de braços abertos para o seu passado mais glorioso; não, em vez disso, o grupo parece apostar num som mais dinâmico, temas mais curtos que rondam os cinco minutos de duração, muito “bonitos”  - ainda que não atinjam os picos de Olsen Olsen – onde é o baixo distorcido que pauta as batidas mais electrónicas.

O tema título Kveikur não esconde o revivalismo consentido do primeiro disco dos Sigur Rós, através de uma atmosfera pesada, encorpada e gradualmente sombria, fomentada por uma distorção de puro noise/feedback estático que resulta num tema poderoso, um tema que faz compreender o porquê desta nova geração do post-metal e post-sludgecore indicar os Sigur Rós como banda de referência. Kveikur é um álbum completo sem qualquer tema “filler”, porém, convém referir que nem tudo são rosas: Yfirborð, com a sua batida exageradamente electrónica fica longe da solidez dos restantes temas, e o instrumental Var - o último tema – merecia pelo menos mais cinco minutos de duração.

Em termos gerais, os Sigur Rós parecem estar novamente coesos e inspirados, a caminho da solidez e brilho dos seus primeiros trabalhos, pelo menos a julgar por alguns dos temas incluídos neste disco. Esperemos pelos próximos trabalhos para tirarmos conclusões mais precisas.

7.5/10

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