segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Michael J. Fox «Lucky Man: A Memoir»


Michael J. Fox publicou, em 2002, este livro de memórias que é bem mais que uma tradicional descrição linear dos seus dias de ouro no cinema e na TV, ao contrário daquilo que encontramos quase sempre numa “memoir”. Este é um testemunho real e genuinamente divertido e algo comovente do principal embaixador da luta contra a doença de Parkinson.
 
O actor canadiano, que em 1982 atendeu uma chamada da NBC numa cabine de telefone pública, (à falta de telefone no seu micro-apartamento nos arredores de Los Angeles) que mudaria toda a sua vida e o transformaria no Alex P. Keaton que entreteve as famílias norte-americanas na década de 80, conta a sua vida desde os dias em que nasceu e da infância no sul do Canadá até aos seus dias em Nova Iorque, com informação detalhada sobre as dificuldades que enfrentou ao abandonar o liceu em busca de uma grande carreira em Hollywood até ao dia em que a doença degenerativa neurológica lhe bateu à porta. Em 1990, Fox acordou e reparou que a sua mão não parava de mexer, como se tivesse vida própria, e aquilo que ele considerava uma consequência de mais uma ressaca de uma noite de diversão, tornou-se em algo que o viria a acompanhar até aos dias de hoje. Diagnosticado com uma doença que afecta na sua maioria os idosos, o canadiano/americano viu a sua vida mudar por completo quando este tinha apenas 30 anos e estava no auge de popularidade; ele era Marty McFly, o miúdo do futuro. Depois de vários anos a esconder a doença dos próprios familiares, em 1998 Fox assumiu publicamente a enfermidade e criou uma fundação de apoio aos pacientes de Parkinson.
 
Mas porque é que Michael J. Fox escolheu Lucky Man para este livro? A resposta parece ser simples: apesar da infelicidade e dos graves problemas que a doença de Parkinson lhe provoca, Fox tem uma família que sempre o apoiou e, mesmo não podendo representar mais (retirou-se em 2000 com a série Cidade Louca), ainda tem muito para oferecer ao mundo. A obra é igualmente útil para uma compreensão da doença de Parkinson, detalhada com aquele toque de humor e esperança que o pequeno grande actor nos habituou.


Nota: esta crítica foi baseada na leitura da obra no seu idioma original, o inglês.

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