sexta-feira, 7 de setembro de 2012

«Sacanas sem Lei»


E de todos os filmes realizados por Quentin Tarantino, só dois me deixaram pouco impressionado: À Prova de Morte e Jackie Brown. O resto é tudo filmes de topo que desiludem muito pouca gente.

Ora, este Sacanas sem Lei, de 2009, não foge à regra de Tarantino: guião simples, personagens marcantes e diálogos memoráveis. Se, por exemplo, Pulp Fiction traz à memória o diálogo de Travolta e Jackson sobre a divina providência/intervenção divina, esta película fica marcada pelo “fantástica” conversa em italiano entre os Bastardos e o Coronel Landa (“Marrrgarêêtii”, “Domenico DiCocco”). Voltando à estória do filme, estamos na Segunda Guerra Mundial, na França ocupada pela Alemanha, e os americanos e britânicos encontram-se a dar ajuda aos franceses. Uma elite de combatentes norte-americano intitulada Os Bastardos, liderada pelo Tentente Aldo Raine (Brad Pitt) e o Sargento Donowitz (Eli Roth), organizam um plano de captura de nazis e derrube do Führer. Do outro lado da barricada está Hans Lada (Christoph Waltz), um carismático Coronel famoso por encontrar e perseguir judeus, não fosse ele das SS, claro está. 

O resto - e o enredo é extremamente limitado – consiste na exibição de um filme sobre a glória nazi do soldado Zoller (Michael Fassbender) no cinema de Shosanna (Mélanie Laurent), uma judia a quem Lada mata a família. Nesse cinema estarão todos os grandes líderes do Reich, incluindo o próprio Hitler, e os Bastardos não querem perder essa grande oportunidade para acabarem com a guerra. E pronto, com um enredo tão simples, Tarantino reúne um elenco de bons actores e cria um óptimo filme de acção e comédia, de onde se destacam Brad Pitt e Christoph Waltz. O primeiro é um Durão norte-americano, o segundo é uma personagem simpática e cruel alemã, e ambos dão vivacidade às personagens que representam.

Não se deixe enganar: a maioria dos diálogos é, de facto, simples, mas aquele diálogo entre Lada e um latifundiário francês – entre tantos outros – é do melhor que se viu em Tarantino; o humor está presente em quase todos os momentos e em várias línguas: alemão, francês, italiano e inglês – e Christoph Waltz fala-as todas.

Não inova em nada, recupera partes de filmes ora clássicos, ora desconhecidos, mas Quentin Tarantino é um dos grandes realizadores do cinema de massas norte-americano que agrada aos europeus e Django Libertado está já aqui à porta.

Título original: Inglourious Basterds
Realização: Quentin Tarantino
Argumento: Quentin Tarantino

Sem comentários:

Enviar um comentário