sábado, 1 de setembro de 2012

Umberto Eco «O Nome da Rosa»


Muitos, muitos anos depois de me terem falado de Umberto Eco, da sua importância dentro do âmbito da Estética, do seu estudo sobre o Belo, da minuciosidade e exactidão densa como compunha parágrafos, optei por comprar e ler aquele que é o mais famoso romance deste autor, adaptado ao cinema em 1986 com Sean Connery no papel principal.

A acção decorre tem lugar na era medieval, em 1327, numa abadia beneditina da Itália setentrista onde ocorrem vários crimes que deverão ser resolvidos por Adso de Melk e Guilherme de Baskerville. Como devem imaginar, o fanatismo religioso, as guerras entre as várias regiões europeias, as superstições, a sede de conquista de reis e imperadores e os massacres eram de tal forma atrozes e de uma intolerância tal que o próprio riso era considerado pecado no séc. XIV; Eco, um dos mais sapientes da sua geração, descreve com enorme conhecimento todas estas situações referidas anteriormente, adicionando-lhes um toque de romance policial ao bom estilo de Sherlock Homes e Watson – Guilherme e Adso -, com reviravoltas e algum suspense.

Os problemas da abadia residem sobretudo na enorme biblioteca e nos segredos que ela, os seus bibliotecários e copistas guardam, obrigando Guilherme e Adso a usarem e abusarem da retórica, filosofia e persuasão. Foi igualmente um prazer e surpresa ter novamente conhecimento de uma época que muito marcou a minha educação escolar, o Renascentismo, assim como o Latim presente em todas as páginas, mas tirando isso o enredo parece-me pouco inspirado e carente em termos de dinâmica. De facto, o romance é enormíssimo nos pormenores históricos e filosóficos, mas em termos de interesse e apelo, deixa um pouco a desejar, confesso.

Deduzo que O Nome da Rosa não foi exactamente aquilo que eu esperava encontrar, mas que é um livro fantástico para os amantes de História, lá isso é.  

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