Este é um filme sobre a libertação animal e sobre os movimentos activistas, ao invés de apenas mais um documentário sobre a opressão animal por parte dos humanos. Denis Hennelly, o realizador, criou um enredo para um filme independente que se foca essencialmente numa organização que luta pelos direitos dos animais, pessoas que arriscam a sua própria liberdade para defenderem aqueles que não têm voz, que são propriedade/objectos do homo sapiens.
Charlie é o líder e a voz de um movimento conhecido por Bold Native. Este movimento organizado está espalhado por todos os Estados Unidos e o seu objectivo é salvar o maior número de animais possível, visando um futuro onde os animais são tratados de forma justa e sem serem mera propriedade. O principal alvo a atingir neste filme são as grandes corporações e a forma como elas se socorrem de animais indefesos para conduzirem experiências atrozes e desumanos nos mesmos para um satisfação de uma população que, na maior parte das vezes, não faz ideia do que come ou de que determinado artigo vestuário/higiénico resultou da morte de gatos, por exemplo. Em Bold Native há exposição de maus tratos e até de execuções de animais, como seria de esperar, embora não em tão larga escala como muitos poderiam esperar; no entanto, as filmagens de animais em laboratórios e a exploração de galinhas e vacas em quintas sem condições mínimas de vida impressionam o olho do mais habituado a ver vídeos na internet de abuso animal.
Charlie e os amigos são descritos pelos media como “terroristas”, terroristas estes que perturbam o bom funcionamento de milhares de matadouros, laboratórios nas universidades, grandes multi-nacionais ou a indústria farmacêutica. Não obstante, são estes “terroristas” que expõem a miséria dos nossos pequenos amigos e que estão dispostos a ser presos por uma causa que consideram justa. O leite biológico que consome é oriundo igualmente de exploração: apesar de as vacas terem algumas melhores condições e de não sofrerem modificações genéticas, assim que não conseguem produzir mais leite ou envelhecem, vão directamente para o matadouro e sem anestesia. Paralelamente ao “terrorismo” do movimento Bold Native, há um enlace forte entre as personagens que se tratam como família, que tratam os pobres indefesos como família; Randolph, o pai de Charlie, curiosamente um CEO numa multi-nacional que explora animais, vê-se envolvido no salvamento do seu filho assim que o FBI o contacta para descobrir o paradeiro do filho e o informa das acções ilegais do mesmo.
Bold Native é um bom exercício para a moral e para o coração daqueles que não se importam ou questionam de onde vem aquilo que comem e onde são testados milhares e milhares de produtos. O filme tenta transmitir o fim da escravatura animal e da ganância humana em prol de um bem-estar artificial e cruel que sacrifica anualmente milhões de inocentes. O veganismo desta película é mais que uma mera utopia.
Realização: Denis Hennelly
Argumento: Denis Hennelly
Produção: Open Road Films
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