terça-feira, 9 de agosto de 2011

Dying Fetus «History Repeats...»


Uma banda com uma carreira invejável no espectro do death metal, como é o caso dos Dying Fetus, decidiu editar um EP com seis covers e um tema original. Este tipo de lançamentos acaba por vezes por ser arriscado, desnecessário na maioria dos casos, ridículo noutros. Até hoje creio que ninguém conseguiu perceber o porquê de os Six Feet Under insistirem nos Graveyard Classics; uma vez tem piada, porém repetir a façanha três vezes, sendo que na segunda há a reinterpretação na íntegra de um álbum de AC/DC, é piada de mau gosto.

John Gallagher, Sean Beasley e Trey Williams prestam tributo a algumas das maiores referências do death metal (e grindcore), ainda que algumas não façam parte dessa mesma elite: Cannibal Corpse, Pestilence, Dehumanized, Broken Hope, Napalm Death e Bolt Thrower.  Esperava encontrar aqui, por exemplo, algo de Suffocation, Cryptopsy ou Skinless – bandas cujos aspectos musicais se assemelham em parte ao trio de Maryland -, no entanto, todas as bandas escolhidas sofreram uma agradável mudança de roupa, com destaque para o blast beating insano de Unchallenged Hate (Napalm Death) do clássico de 1988, From Enslavement To Obliteration, a coerência e respeito pelo padrão mid-paced e solos de Unleashed (Upon Mankind) (Bolt Thrower), o baixo de Twisted Truth (Pestilence) – a audácia teria sido maior se a escolha tivesse recaído numa faixa de Spheres – e por último, claro, os guturais num dos clássicos dos clássicos dos Cannibal Corpse: Born in a Casket.

Rohypnol, o único original do disco, não é bem aquilo que se esperaria após Descend into Depravity; soa, na realidade, como uma tema para não ser levado a sério: são apenas trinta segundos de riffs simplistas, polvilhados com groove, “pig squeals” (sem cair no desastroso “bree, bree”) e um “finale” de doze segundos de algo que pode ser definido como “grindcore”. Posto isto, History Repeats… é um EP digno de registo para os seguidores da banda, ainda que não acrescente nada de significativo aos habituais álbuns de covers.

7/10

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